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G1 SP – Lygia Fagundes Telles tinha 103 anos ao morrer, não 98, revela documento; ABL diz que ‘escritora preferia manter a discrição’

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Dois dias após a morte da autora, genealogista Daniel Taddone revelou em rede social que escritora nasceu em 1918, e não em 1923, como era divulgado seu nascimento. Na identidade da escritora, consta o ano revelado pelo pesquisador.

 

A escritora Lygia Fagundes Telles tinha 103 anos, não 98, como era anunciado publicamente. A descoberta ocorreu após a morte da autora, no último domingo (3) em São Paulo.

 

Depois que morreu, Lygia passou a ter o nome citado em debates nas redes sociais questionando sua idade. Segundo o genealogista Daniel Taddone revelou em sua página no Instagram, a escritora nasceu em 19 de abril de 1918 em São Paulo, e não em 19 de abril de 1923, como era conhecida a data de seu nascimento.

 

A assessoria de imprensa da Academia Brasileira de Letras (ABL), no entanto, afirmou que, segundo os dados fornecidos pela autora, o ano de nascimento consta como 1923. A ABL disse, ainda, que não recebeu a certidão de óbito e que a escritora preferia manter a discrição em relação à idade.

 

O pesquisador mostrou fotos de documentos de Lygia, como a certidão de seu casamento com o primeiro marido, Gofredo Teixeira da Silva Telles, em 17 de abril de 1947, quando constava que ela havia nascido em 19 de abril de 1918.

 

Lygia Fagundes Telles (1918-2022)

 

Hoje morreu Lygia Fagundes Telles. E sua genealogia nos mostra que a grande escritora guardava um segredo: ela era 5 anos mais velha do que dizia!

 

Partiu hoje aos 103 anos e não aos 98 anos como todos os meios de comunicação e até a Academia Brasileira de Letras imaginam…

 

Lygia foi registrada no cartório de registro civil de Santa Cecília (São Paulo SP) em 23 de abril de 1918 com 4 dias de idade. Poucos dias depois foi batizada na paróquia da Consolação em 3 de maio de 1918.

 

Casou-se com seu primeiro marido, Goffredo Teixeira da Silva Telles, em 17 de abril de 1947, 2 dias antes de completar 29 anos. No registro de casamento sua data de nascimento é clara: 19 de abril de 1918.

 

A pesquisa genealógica muitas vezes revela dados e fatos escondidos há décadas. A análise dos registros de fonte primária pode desafiar nossas crenças.

 

Quem nunca desvendou alguns segredinhos com o auxílio da genealogia?“, escreveu Daniel.

 

O g1 apurou que a data revelada por Daniel consta também na carteira de identidade de Lygia.

 

A reportagem não conseguiu contato com os parentes da escritora, que foi cremada no domingo no Cemitério da Vila Alpina, na Zona Leste de São Paulo.

 

Trajetória

 

Lygia chegou a cursar educação física, quando entrou na faculdade de direito da Universidade de São Paulo no Largo São Francisco e a fazer carreira como procuradora da Previdência Social.

 

Uma vocação que se manifestou cedo. Filha de uma pianista e de um promotor que pagou a edição do primeiro livro de contos. E aí entra outra polêmica. Em sua biografia costa que ela escreveu a obra quando tinha 15 anos. Mas estava com 20 anos, na verdade.

 

Lygia não dava importância aos seus primeiros livros, dizia serem imaturos. Começou a contar sua obra a partir de “Ciranda de Pedra”, o romance de 1954 que virou novela duas vezes na Globo, em 1981, e em nova versão em 2008.

 

Lygia colecionou amigos, conquistou leitores, encantou a crítica, mas, antes disso teve que vencer preconceitos.

 

Em 1963 com “Verão no Aquário” ganhou o primeiro de muitos prêmios: o Jabuti, o mais tradicional do país.

 

Engajada na luta pela democracia e contra a censura, em 1973 lançou “As Meninas”, a história de três jovens estudantes durante a ditadura militar. Narrada de forma brilhante é considerada uma obra-prima.

 

Em plena ditadura militar que, em 1977, Lygia tomou a frente do “Manifesto dos Intelectuais”, com mais de mil signatários, que pedia o fim da censura no país.

 

“Depois da publicação desse manifesto em jornais de todo o Brasil, eu posso dizer uma coisa que vocês, podem achar que não aconteceu, nenhum outro livro foi censurado”, disse Cícero Sandroni, jornalista e escritor.

 

Fonte: G1 – São Paulo

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